quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O presente

Por Natércia Gomes de Sousa

Doces lembranças do ano Mãe Coruja que passou: o tão sonhando Canto Mãe Coruja nos municípios, a contratação dos profissionais que deram forma ao Programa, a parceria com as cidades, as ações de cada Secretaria Estadual e Municipal que fortaleceram a nossa corrente, como a Campanha Nenhuma Pernambucana Sem Documento, proporcionando a cidadania das nossas mulheres sertanejas; os cursos de qualificação profissional que, além de conhecimentos e qualificação, trouxe a independência de muitas gestantes.

E os círculos de cultura? Ah, quantas histórias emocionantes tivemos dessas aulas, que na verdade foram lições de vida, de entrega e vitória para tantas gestantes que no nosso imaginário, descobriram um mundo novo! O mundo das letras, o mundo que antes estava no escuro e hoje tem a claridade de conhecer sua história enquanto mulher cidadã! E o tão sonhado enxoval!

Tanta alegria dada as nossas gestantes que vêem no bem material o seu maior presente. A emoção de um profissional que ao entregar um kit vê a gestante chorando porque estava prestes a ganhar seu filho e não tinha comprado uma fralda, nada paga tanta emoção! Nem sabe aquela mulher que o profissional estava ganhando muito mais que ela! Ganhando sabedoria, experiência de vida e tantas outras emoções...

E o nosso grande parceiro IPA! Tanto apoio dado as nossas ações e a integração que deu certo em um fortalecimento de parceria para o engrandecimento da rede. Tivemos ainda nossas articulações com o Programa do Leite, nossas reuniões com agricultores que em depoimento entenderam como funciona a rede Mãe Coruja, como disse um deles após explicação do Programa: “Então vamos ganhar duas vezes! A gente vende o leite que volta para a minha mulher se tiver gestante”. Maravilhoso entendimento!

Tivemos as oficinas de Segurança Alimentar que deram mais brilho e entendimento às equipes dos Cantos Mãe Coruja. Não poderia esquecer das nossas reuniões semanais com o Comitê Regional que incansavelmente, discutia os avanços e entraves do Programa nos municípios, cada representante buscando de forma sábia e habilidosa erguer o Mãe Coruja em seu território. Parabéns a todos e nossos agradecimentos àqueles que muito colaboraram.

Nossos profissionais que vêm dando mais vida ao Programa e alegrando as vidas de mulheres e crianças.

Estas foram apenas algumas das tantas surpresas maravilhosas que tivemos o privilégio de desfrutar.

Tivemos alguns dissabores, afinal nem tudo são flores! Mas serviu para amadurecermos e corrigirmos possíveis falhas.

Agora é preciso refletir sobre as lembranças do nosso próprio ano: família, amor, amigos, conquistas, saúde, crescimento, superação. Se enumerarmos tantos presentes que recebemos durante este ano Mãe Coruja, ficaríamos conversando dias a fio. São tantas coisas boas que às vezes esquecemos de agradecer a nossa família que tanto nos apóia nesse sonho de termos uma realidade diferente pra nossas gestantes e seus filhotes, agradecer ainda ao próximo e principalmente a Deus que nos fortalece na caminhada longa. Mas entre tantos presentes que recebemos, dia após dia, não damos conta do valor inestimável que um deles representa. Ele é nos dado naturalmente, independente da nossa classe social, descendência ou credo. Este presente é o mais lindo de todos eles. É a oportunidade de vivermos uma vida de entrega, em que nosso próximo está em primeiro lugar!

Se você faz parte da nossa família Mãe Coruja e conhece o valor que esse Programa representa nas nossas vidas, sabe muito bem o valor que este presente significa.

Comemoremos a chegada de 2009 mostrando às pessoas a importância de melhorarmos a vida das “Marias” do nosso sertão. Façam que o ano seja o mais brilhante de todos, espalhando entusiasmo, carinho, dedicação e amor às pessoas.

O meu grande abraço a todos que colaboraram com 01 ano Mãe Coruja no Araripe. Que 2009 tenhamos muito mais garra pra vencermos!

Natércia Gomes de Sousa
Assistente Social, Coordenadora Comitê Regional no Sertão do Araripe
e apaixonada pelo Programa Mãe Coruja Pernambucana.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Feliz Natal

A equipe do Programa Mãe Coruja Pernambucana deseja um feliz Natal e um próspero ano-novo a todas as pessoas que contribuíram, de alguma forma, para que este sonho se tornasse realidade.
Que as mães pernambucanas, e seus filhos, tenham o carinho, o cuidado e a proteção necessários em 2009. de

Que a vida floresça.
Que imagens como esta, façam cada vez mais parte de nossas vidas.

Equipe do Mãe Coruja Pernambucana.





Fotos: Iramarai Vilela

domingo, 14 de dezembro de 2008

Acróstico para o Mãe Coruja

Pensando num Pernambuco melhor
Realidade queremos mudar
Olhar de esperança chegou
Grande vitória trará
Rumo ao grande sonho
A mortalidade cairá
Mais vida mulheres e crianças terão
A semente resplandecerá

Morte de mães e crianças evitarás
A favor da vida tu és
Encanto que veio para ficar

Corajosamente implantado em Pernambuco
Onde mistura ação com emoção
Rumo ao sucesso e com a sorte
Unindo esforços, garra e coração
Juntos, em equipe, as mangas arregaçarão
A gritar em favor da vida e contra a morte

Perseverantes hás de ser
Expulsando tudo que te queira derrubar
Remando contra a corrente, sem temer
No desenvolvimento do Estado culminar
Amor é teu sinônimo
Mãe, palavra iluminada e bendita
Buscas a essência da “ALMA”
Uma grandeza infinita
Com certeza, por Deus foste inspirado
Avante, Amado programa
Nascerão sorrisos e alegria
Às mães e às crianças Pernambucanas.

Poesia de Laíze Viégas Brilhante da Nóbrega, do Monitoramento-SES

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Reunião (e emoção) do Mãe Coruja na VI Geres

Dayse: realização profissional e pessoal com o Mãe Coruja

A reunião do Comitê Regional e profissionais dos Cantos Mãe Coruja na VI Geres até que começou de forma tradicional, na manhã desta quinta-feira (4.12), em Arcoverde. Leitura da pauta, informações sobre oficinas de segurança alimentar, definição da participação dos profissionais na comemoração de um ano do Programa no Araripe (19.12), além de vários outros temas e encaminhamentos.

Bastou o intervalo para o lanche, que tudo mudou. Após a leitura de um cartão com uma mensagem, o agradecimento de Ana Elizabeth de Andrade Lima (Bebeth) a todos os envolvidos no desenvolvimento de Programa, uma pessoa pediu a palavra. Queria falar sobre a mudança que o Mãe Coruja operou em sua vida.

Era a assistente social do Canto de Pedra, Dayse Cavalcante. Ela compartilhou com o grupo a insegurança na hora da seleção, acreditava que não seria escolhida, as dificuldades iniciais, mas relatou principalmente sua mudança interior. A mudança na visão de mundo. Antes, como assistente social, estava acostumada a atender mulheres gestantes, mas aquilo nunca a tocava muito.

"Com o Mãe Coruja, aprendi a olhar cada mulher de uma forma diferente. Agora, sou capaz de fazer tudo o que for possível para encaminhas coisas, resolver problemas", disse.

Foi um depoimento emocionado, que tocou as várias psicólogas e assistentes sociais presentes. Dayse contou um caso recente, quando foi entregar o enxoval a uma mãe, em sua moto. Na descida de uma ladeira, a moto furou o pneu. Ela foi empurrando a moto, entregou o enxoval, e só depois de muito esforço, conseguiu retornar a Pedra. Deixou para buscar a moto no dia seguinte.

A mudança interior foi compartilhada com o grupo. Dayse, até pouco tempo, tinha uma lan house, dava aulas de informática e tinha uma gráfica. Se envolveu tanto com o Mãe Coruja, que resolveu assumir sua grande paixão, que é seu trabalho como assistente social no Canto.

"Esta semana estou vendendo todos os computadores. No lugar, agora, estão os enxovais do Mãe Coruja".

Depois de 15 anos, ela voltou a estudar. Está fazendo uma pós graduação na IBPEX.

Após a manhã cheia de debates, depoimentos, encaminhamentos, a equipe da SES foi ao PSF João Pacheco Freire, onde as mulheres gestantes estavam sendo cadastradas. Após uma breve explanação sobre o Programa para as mulheres, feita por Bebeth, a equipe da Secretaria escutou o depoimento emocionado de Nilza Moreira Lourenço, grávida de três meses, que teve sua filha de dois anos e três meses levada pelo ex-marido, há três meses.

Ela contou sua vida, seu drama, entregou dados e fotografia da filha e do ex-marido, que seria foragido da Justiça, para tentar reencontrar a menina.

"Até hoje não me conformo e nunca vou me conformar", disse.

A assistente social Lilian Gomes acolheu as mulheres. Uma delas, Aline Andréa Vieira, de 19 anos, mostrou seu cartão de acompanhamento. Ela já tinha feito cinco exames pré-natal. O sexto estava marcado para esta sexta-feira (5.12). Para Bebeth, cada visita às regiões onde o Mãe Coruja está funcionando, representa um encontro com novas formas de olhar as relações, o cuidado, mudanças de atitude na relação com práticas de saúde.

"Estamos com um time de pessoas que acreditam no sonho", lembrou.

Hoje, a equipe do Mãe Coruja segue fazendo visitas em outros municípios do Sertão do Moxotó.

Por Samarone Lima
Foto: Iramarai Vilela

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Nenhuma Pernambucana Sem Documento no Sertão do Araripe

Por Rejane Neiva
Assessora em Saúde da Gerência Executiva de Programas e Ações Temáticas
Secretaria Especial da Mulher

Considerando o processo de estruturação do programa Mãe Coruja na região do Araripe, a Secretaria da Mulher tomou a iniciativa de iniciar as ações de capacitação e emissão dos documentos nos onze municípios desta região e, para tanto firmou parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos que disponibilizou a equipe do projeto Balcão de Direitos para o serviço de emissão de documentos e com o Instituto Tavares Buril (ITB).

As ações da Campanha Nenhuma Pernambucana Sem Documento compreenderam: Seminários, com a proposta de sensibilizar agentes públicos e privados para a importância da documentação como uma condição à cidadania das mulheres e Cursos de Capacitação para Formação de Educadoras Sociais, ação fundamental para dar continuidade e capilaridade a Campanha, entendendo-se que é preciso promover uma cultura de participação das mulheres na vida política de suas comunidades, promovendo assim a interiorização das ações do Governo de Pernambuco.

O Seminário antecedeu a oficina de capacitação e ambos antecederam os serviços do Balcão de Direitos com prestação de 10.124 serviços para 3.355 pessoas, entre aquisição de 4.842 documentos (registro civil, identidade e carteira do trabalho), 5.075 fotografias e 207 orientações jurídicas.

Para o desenvolvimento da Campanha foi de fundamental importância o apoio e acolhida das gestoras e gestores municipais constituindo o cenário para o cumprimento da meta da Campanha Nenhuma Pernambucana sem Documento na Região do Araripe, fortalecendo o elo entre governo e municípios.

O curso de Formação de Educadoras Sociais identificou e fortaleceu o potencial de luta das mulheres do Araripe pelos seus direitos e conquistas enquanto cidadãs.

A Campanha Nenhuma Pernambucana através do empenho das educadoras sociais foi marcada por momentos especiais tais como a gestante que tendo acesso a sua documentação pôde realizar a retirada do Registro Civil de seus filhos e de uma senhora que aos 76 anos tornou-se cidadã documentada.

O nosso abraço a todas as mulheres da região do Araripe que na sua singularidade constroem o direto da coletividade.