
No dia 09 de Julho deste corrente teve início a oficina de confecção de bonecas de pano promovido pelo Programa Mãe Coruja em parceria com o Sest/Senat.

“As bonecas de pano, geralmente fabricadas com restos de lã e de pano, foram os principais brinquedos de minha infância, frutos da criatividade de minha mãe e de mulheres que faziam para vender nos bairros da cidade. Elas funcionavam como instrumentos de brincadeiras em uma época na qual eram poucos os recursos financeiros para que meus pais pudessem me presentear com um brinquedo industrializado.”
Após a sua fala, todas as mulheres participantes sentiram-se a vontade para deixar seu registro reavivando fatos insubstituíveis também das suas infâncias:
”Brinquei com esse tipo de brinquedo e hoje fazendo as peças pra levar para casa, bateu uma saudade daquele dia que a gente sentava na calçada e começava a fantasiar ali junto com a boneca...”
“Minha filha me vendo fazer as bonecas pra trazer para o curso... também me fez ensinar a ela... na hora me emocionei porque nunca imaginaria estar junto dela construindo algo que vem de minha história.”
Várias foram as suas falas de maneira a nos brindar com a absorção do mercado nas bonecas já confeccionadas:
“Pra mim foi uma grande alegria já sair do curso com um pedido imenso de bonecas inclusive para enxoval de quarto, pesos de portas e outros objetos que com nossa criatividade podemos fazer...”
Muitos estudiosos consideram este tipo de construção uma maneira recíproca mediante a troca de propriedades e a exposição de atos inconscientes. De acordo com Latour, 2001, é justamente nessa transferência de subjetividade, onde atos passados para o presente permite que em um pequeno espaço de tempo, possamos mobilizar forças postas em movimento.
Assim, acreditamos enquanto profissionais que, muitas das mulheres participantes conseguiram fazer o resgate de suas próprias infâncias, a ponto de ir além do horário previsto pela empresa executora. Para tanto, penso que este encontro foi mais de que uma simples oficina de confecção de bonecas de pano, mas, um reencontro consigo mesmas.
Matéria: Profissional do Canto Mãe Coruja em Santa Maria da Boa Vista - Girlândia César
Coordenação de Comunicação e Arte do Programa Mãe Coruja Pernambucana
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